Universidade Federal do Ceará
Departamento de Ciências do Solo

Frente às restrições de uso da água no Semiárido brasileiro em decorrência das condições climáticas adversas, as águas de qualidade inferior (águas salinas) podem ser uma opção para a produção agrícola. Desse modo, a utilização de extratos comerciais de algas marinhas (Ascophyllum nodosum) surge como uma alternativa para melhorar o desempenho das culturas sob estresse abiótico, além de ser ecologicamente correta. Assim, objetivou-se avaliar a aplicação foliar de extrato de algas como estratégia para minimizar os efeitos deletérios da salinidade sobre a cultura do girassol. O experimento foi conduzido a pleno sol, o delineamento adotado foi em blocos casualizados, no esquema de parcelas subsubdivididas, em que as parcelas foram constituídas por dois ciclos de cultivos, as subparcelas por quatro níveis de salinidade (1,2; 3,0; 4,5 e 6,0 dS m-1) e as subsubparcelas por quatro doses de extrato de algas (0; 100; 150 e 200% da recomendação do extrato). Foram avaliados os aspectos nutricionais, crescimento, trocas gasosas, teor relativo de clorofila, produção e qualidade da produção, bem como a evolução da CE do solo. A salinidade reduziu os teores foliares de todos os elementos, exceto Ca e Na, bem como inibiu o crescimento, as trocas gasosas, os teores relativos de clorofila, a produção e os parâmetros de pós-colheita, além de promover o acúmulo crescente de sais no solo. O extrato de algas amenizou levemente os efeitos deletérios da salinidade sobre os teores foliares de potássio (K), diâmetro do caule, diâmetro interno do capítulo, área foliar, matéria seca da parte aérea e total, teores relativos de clorofila, produtividade de aquênios e massa de 1.000 aquênios até o nível de 3,0 dS m-1, já que o extrato de A. nodosum teve seu efeito inibido nos níveis mais altos de salinidade (4,5 e 6,0 dS m-1). Todas as variáveis analisadas apresentaram superioridade no 2º ciclo de cultivo, exceto os teores foliares de Mg. As doses mais eficientes do extrato de algas foram as de 100 e 150% da recomendação do produto, destacando que a dose máxima provocou redução sobre a área foliar, matéria seca da parte aérea, matéria seca total e nos teores relativos de clorofila.